22 de mar. de 2011

Patrões gráficos unificam suas entidades sindicais * por Rogério Andrade

Após quase 15 anos convivendo com duas entidades, Sigrace e Unigrafica, os patrões decidiram no último dia 15 unificar as duas entidades que os representam criando o Sindigrafica.
A FIEC, que patrocinou a unificação vem a ser a mesma entidade que “abençoou” a cisão há quase 15 anos atrás, quando surgiu o Unigrafica, uma dissidência do próprio Sigrace. Entretanto, na realidade a unificação dos representantes patronais está longe de representar uma unidade total de idéias. Ainda existem o Sindjornais, que representa as empresas de jornais e revistas, o Sindiembalagens que representa as empresas de embalagens, em sua maioria empresas de embalagens gráficas, e ainda o Sepex para representar as empresas de mídia exterior, que são em sua maioria empresas de impressão digital e serigrafias. Este último está pleiteando o registro no Ministério do Trabalho.
É importante destacar que a unificação dos dois sindicatos patronais só terá alguma alteração para os mesmos. Os trabalhadores continuarão enfrentando a difícil relação imposta no dia a dia de nossa profissão. As condições de trabalho e a relação social das empresas não sofrerão alteração, pois, até ontem os sindicatos patronais, agora unificados, não tiveram interesse em orientar suas afiliadas sobre o respeito à legislação trabalhista e as boas práticas no tratamento aos trabalhadores gráficos.
 O setor gráfico é um setor marginalizado quando o assunto é relação de trabalho. Pagamento de salários “por fora”, horas extras abusivas, com trabalho aos domingos e feriados é prática corriqueira do setor.
Nós que fazemos o Sintigrace saudamos a unificação do sindicato patronal. Esforçaremos-nos para manter o diálogo com a nova entidade, acreditando que o fortalecimento do setor propugnado pelos patrões durante a assembléia de unificação se reflita, principalmente, em diminuição dos níveis de precarização das relações de trabalho existentes no setor. Setor forte é aquele em que os trabalhadores têm o direito a uma vida digna.
* Rogério Andrade é presidente do Sintigrace.