5 de fev. de 2010



Veja História do Dia do Gráfico
"7 de Fevereiro" - Dia do Gráfico


Neste 7 de fevereiro vamos deixar de lados nossas atuais preocupações para oferecer aos nossos companheiros – principalmente os mais jovens – a oportunidade e conhecerem alguns lances da campanha reivindicatória de 1923. Realmente, para justo orgulho nosso, as jornadas iniciadas em fevereiro daquele ano marcaram sobremaneira a história das lutas proletárias. A Capital Federal (Rio de Janeiro) estava sob estado de sítio e a intimidação da suspensão das garantias constitucionais atingiu todo o País, o que repercutia negativamente nos organismos sindicais em geral. Isso não impediu, entretanto, que a União dos Trabalhadores Gráficos, pleiteasse ao setor patronal direitos até então negados e que para quase totalidade dos empresários da época pareciam absurdos.

Apoiada por todos os trabalhadores gráficos, a UTG lançou-se em campanha, solicitando o seu reconhecimento oficial como entidade representativa de trabalhadores; a instituição do Contrato Coletivo de Trabalho (esta reivindicação foi considerada exigência insuportável pelos patrões); o salário mínimo profissional; o salário e condições especiais para o trabalho da mulher, além de outros itens. A afluência às assembléias, sempre grandiosas, chegava aos três mil associados e os dirigentes foram obrigados a realizá-las em amplos salões da capital do Estado, tais como o Salão Celso Garcia e Teatro Paramount, neste último atingindo cinco mil o número de participantes. Foi nesse local que, em resposta à indagação de como viveriam os gráficos em greve, celebrizou-se o grito que repercutiu por todo o salão: “Comeremos terra!”... Durou o movimento seis semanas e, de fato, algumas vezes amargaram os gráficos o pó da derrota. Mas não desanimaram e, a 17 de março, trinta e duas grandes empresas aceitavam as condições do memorial dos trabalhadores. Em 20 de março de 1923, às 20 horas, o derradeiro hesitante patrão assinou a concordância com as reivindicações. Podemos mesmo afirmar que a campanha de 7 de fevereiro de 1923 foi pioneira das reformas que surgiram no âmbito das relações entre trabalhadores e empregadores, sintetizadas posteriormente no texto legal que é a Consolidação das Leis do Trabalho.Reconhecendo a magnitude dessa histórica jornada de 42 dias de corajosa resistência, o I Congresso Nacional dos Gráficos Brasileiros escolheu 7 de fevereiro, como o Dia Nacional do Gráfico.Um legado de dedicação e honradez na defesa dos interesses dos gráficos brasileiros deixaram-nos os companheiros da imperecível campanha de 1923, muitos hoje desaparecidos e para os quais rendemos nosso eterno reconhecimento por tudo quanto fizeram em benefício de nossa categoria.Estes sucintos dados referentes a nossa data nacional, é evidente, não darão uma visão total dos acontecimentos e, como dissemos no início, a nossa pretensão foi apenas evocar algumas ocorrências da campanha para conhecimento de nossos jovens companheiros. E tenham os mesmos – são nossas esperanças – o mesmo ânimo e espírito de luta dos heróicos gráficos de 1923, seguindo o exemplo daqueles valorosos companheiros para que juntos possamos alcançar melhores condições de vida para todos os trabalhadores, conscientes de que é justa a nossa causa.

A imprensa chega ao Brasil A primeira gráfica se instalou em nosso País no mesmo ano da chegada da Família Real Portuguesa. Em 1808 a Imprensa Régia fora implantada no Rio de Janeiro, por D. João VI, e passou a publicar a Gazeta do Rio de Janeiro , o primeiro jornal a ser rodado em terras brasileiras.  Paralelamente a isso, neste mesmo ano, começou a ser editado e impresso em Londres a também publicação brasileira Correio Braziliense , um jornal feito pelo exilado Hipólito da Costa. Apesar de ser produzido totalmente fora, o Correio Braziliense é considerado o primeiro jornal brasileiro e circulou de 1808 a 1823.

A Imprensa Régia também era responsável pela impressão de atos normativos e administrativos oficiais do governo e só permitia a publicação de obras que estivessem em concordância com a censura. No entanto, muito antes de 1808 havia dura punição para quem se arriscasse a produzir jornais, livros ou panfletos no País. A atividade não era permitida pela Coroa Portuguesa, que chegava até mesmo a prender ou deportar os que tentavam imprimir algo. Isso porque essa imprensa não oficial buscava difundir ideias libertárias de grupos que lutavam contra o colonialismo. A Revolta dos Alfaiates, a Revolução Nativista de Pernambuco e a Inconfidência Mineira, são alguns exemplos desses movimentos.

A trajetória da profissão

De Gutenberg à era da informática: a profissão de gráfico passou por muitas mudanças. Se, no início, as letras de chumbo serviam para o gráfico imprimir, hoje é impensável realizar o mesmo trabalho sem os recursos tecnológicos.

O gráfico é o profissional da tipografia, das artes gráficas, ou, mais especificamente, da indústria gráfica, acostumado a lidar com máquinas, tinta e papel. Sem o trabalho deste profissional você não estaria com este jornal em mãos. Hoje, o setor conta com modernas máquina s computadorizadas, que realizam impressões em segundos, no entanto, num passado próximo não muito longínquo, a atividade era bem mais manual, o que dependia de dom artístico de quem a desempenhava.

A função de tipógrafo, por exemplo, dependia não só de habilidade, mas também de criatividade, como conta o presidente da Conatig, Leonardo Del Roy, que desempenhou esta atividade na gráfica Vitória, em Jundiaí. “Nós recebíamos um texto, geralmente escrito à mão, e já tínhamos que saber como a página ia ficar após a impressão. Ou seja, a gente tinha que ter tudo na cabeça: as formas das letras e os tamanhos que seriam usados para compor a página”, explica.

Além de ter que saber tudo de cor, a organização também era uma parte fundamental no trabalho. Del Roy conta que os tipógrafos que misturavam os tipos na hora de guardar, eram chamados de pasteleiros. “Isso era complicado porque mudava o caractere do texto”, conta. Esse processo explicado pelo presidente da Confederação é praticamente a base do processo de impressão inventado por Gutenberg. A próxima etapa foi o linotipo, uma máquina que facilitou muito o trabalho de impressos diários. O linotipo foi criado em 1890, também na Alemanha, e o seu processo funde em bloco cada linha de caracteres tipográficos, composta de um teclado, como o da máquina de escrever. O presidente da Associação dos Aposentados Gráficos, Carlos Alberto de Castro, foi um dos que  abalhou como linotipista, seguindo os passos de seu pai. Ele iniciou em 1952, no jornal Última Hora e depois passou para a Folha da Manhã. Em seu dia-a-dia, ele digitava o texto que o jornalista entregava as letras eram  fundidas em chumbo e caíam ao lado do teclado. Quando se juntavam formava uma frase, em uma linha. “Mas com a chegada da automação, em 1966, colocaram um cadeado na porta da gráfica e nos mandaram procurar os nossos direitos”, relembra Castro.

A indústria gráfica da atualidade mudou muito. Máquinas modernas fazem todo o trabalho que antes dependia da habilidade manual para ser realizado. Hoje, a tecnologia de impressão só depende de duas coisas, fundamentais: técnica e conhecimento.

Os primórdios da comunicação impressa

Quem imagina que a história da comunicação impressa começa com a invenção dos tipos móveis de metal de Gutemberg, está enganado.

A humanidade utiliza a comunicação impressa desde os tempos da Roma antiga, para divulgar notícias para as massas. O jornal mais antigo de que se tem conhecimento é o Acta Diurna, publicação que surgiu cerca de 59 a.C, em Roma. Júlio César, desejando informar o público sobre os mais importantes acontecimentos sociais e políticos, ordenou que os eventos programados fossem divulgados nas principais cidades.

Escritas em grandes placas brancas e expostas em lugares públicos populares, as Acta mantinham os cidadãos informados sobre escândalos no governo, campanhas militares, julgamentos e execuções. Na China do século VIII, os primeiros jornais eram boletins escritos à mão. A prensa, inventada por Johann Gutenberg em 1447, inaugurou a era do jornal moderno. A partir dessa invenção, a disseminação do conhecimento se tornou bem mais fácil e marca o início da história da indústria gráfica no mundo.

Dia 7 de fevereiro: A luta e a vitória dos gráficos

São Paulo, década de 20. Naquela época a Capital paulista passava por intensa urbanização. Somando-se a isso, a cidade fervilhava em meio às novidades nas artes, na política e na economia. O Partido Comunista Brasileiro acabara de se formar, o ambiente artístico se renovava com a Semana da Arte Moderna, ocorrida em fevereiro de 1922, e a industrialização atingia o seu auge. Foi também na década de 20 que aconteceu um dos fatos mais importantes da história do setor gráfico brasileiro.

Em janeiro de 1923 os trabalhadores gráficos mobilizaram-se em uma greve para fazer várias reivindicações, dentre as quais é possível citar a conquista efetiva do Código de Menores [que substituía as punições pela regeneração e educação], a proteção ao trabalho das mulheres, férias anuais, salário mínimo profissional e o direito de livre associação. Além disso, os trabalhadores exigiam aumento dos salários; abolição do trabalho sobre contrato; jornada de oito horas; descanso semanal remunerado e proibição do trabalho noturno para mulheres e menores de idade.

O patronato não facilitou nem um pouco e alegou que a União dos Trabalhadores Gráficos (UTG) não detinha poderes para representar a classe. Então, a UTG  convocou um comício para o dia sete de fevereiro, quando cerca de três mil trabalhadores decidiram aderir à greve geral. A paralisação, liderada por João da Costa Pimenta, durou 58 dias e por intermédio do jornal O Trabalhador Gráfico foi possível travar um diálogo diário entre patrões e empregados.

Alguns empresários se articulavam com a polícia, visando acabar com a greve e intimidar os manifestantes. João da Costa Pimenta foi preso e, apesar da pressão exercida sobre os trabalhadores, uma onda de solidariedade pairou sobre o movimento que começou a receber ajuda de várias fontes. Alimentos e doações em dinheiro eram distribuídos através de comitês que cuidavam especialmente disso.

A ação foi extremamente favorável aos trabalhadores e, além das melhorias salariais, a UTG foi reconhecida como representante legítima da categoria. A partir disso o dia 7 de fevereiro ficou marcado como o Dia Nacional do Trabalhador Gráfico.

2 de fev. de 2010

Vitória: Fechada Convenção Coletiva de Trabalho do Setor Gráfico de jornais e revistas.

Após 2 anos sem renovação da Convenção Coletiva de Trabalho com o setor gráfico de jornais e revistas foi fechada nesta sexta-feira, 29 de janeiro, a Convenção Coletiva de Trabalho 2010 deste setor.

O acordo foi possível graças à força da categoria que tornou possível o recuo patronal em relação à Convenção Coletiva de 2009 que eles queriam levar para dissídio coletivo na justiça e a desistência em modificar a Convenção para 2010 da qual eles pretendiam retirar 22 cláusulas e alterar outras 15. Com o recuo patronal fica garantida a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho de 2008, para 2009 e 2010.

O reajuste de salário dos gráficos do setor gráfico de jornais e revistas será de 6,50% para pisos e salários em 2009 e, em 2010, 4,61% para os pisos e 4,11% para os demais salários. O reajuste acumulado é de 11,11% nos pisos e 10,61% nos demais salários. Além do reajuste de salários e pisos os dois sindicatos comprometeram-se em discutir as prioridades das duas categorias ao longo do ano nas reuniões quadrimestrais.

A diretoria do SINTIGRACE considera que o acordo foi positivo, pois, restabelece o diálogo entre os trabalhadores e os patrões neste setor. A impossibilidade deste diálogo culminou com a greve, o não fechamento da Convenção Coletiva de Trabalho do ano passado, e ainda com a demissão do companheiro Juarez Alves do jornal O Povo (demissão que o Sindicato questiona na Justiça do Trabalho).

Com o fechamento da Convenção, os companheiros dos jornais Diário do Nordeste e O Estado receberão as diferenças salariais, referente ao primeiro semestre de 2009. As diferenças incidem sobre os proventos pagos até junho de 2009, inclusive sobre férias, horas extras realizadas neste período e encargos sociais, como FGTS e contribuições previdenciárias. Essas diferenças devem ser pagas na folha de fevereiro e os trabalhadores devem ficar atentos. Em caso de dúvidas podem procurar o Sindicato.