A campanha salarial do setor gráfico convencional e do setor
gráfico de jornais e revistas tem se mostrada das mais difíceis, com alto grau
de dificuldade para um acordo.
Aproveitando a falta de mobilização dos trabalhadores nos
anos anteriores, os patrões acostumaram-se a fechar acordo na mesa de
negociação, para nas empresas, concederem condições melhores que aquelas
negociadas com o sindicato dos trabalhadores, para assim, argumentarem que os
trabalhadores não precisam do sindicato, pois as empresas lhes concedem mais do
que o alcançado pelo sindicato.
Durante as negociações para a Convenção Coletiva de Trabalho
2011, o presidente do Sindjornais argumentou que não seria possível conceder o
benefício da cesta básica, pois uma empresa do setor, no caso a CCI/O Povo,
poderia sofrer grave crise financeira, caso viesse a conceder o benefício, pois,
teria que obrigatoriamente, conceder o benefício a todos os trabalhadores do
grupo O Povo, mesmo que não fossem da categoria gráfica. Fechada a CCT 2011,
ficou provada a má fé dos patrões: a CCI/O Povo concedeu o benefício aos
trabalhadores do setor de intercalação, exigindo-lhes critérios para receber a
cesta básica. Para receber a cesta, o trabalhador não pode faltar, nem chegar a
atrasado. A empresa que não tinha condições de conceder o benefício, está agora
dando com uma mão, e tirando com as duas.
A mesma CCI/O Povo está impedindo a inclusão do benefício na
CCT 2012 com os mesmos falsos argumentos de 2011. Com se este fato, por si só, não
fosse bastante para travar a mesa de negociação do setor, o Diário do Nordeste,
através do seu diretor industrial, anunciou durante uma reunião com o setor de
impressão do jornal que, após o fim das negociações, independentemente do
resultado, a empresa concederia uma equiparação salarial igual à concedida aos
gráficos da manutenção. Algo em torno de 80% de reajuste. Ou seja: não pode
conceder 15% de reajuste para os pisos, e 12% para os demais salários na CCT,
mas pode conceder 80% de reajuste para desmobilizar os trabalhadores induzindo-lhes
a aceitarem CCT rebaixada.
No setor gráfico convencional também prevalece a má fé e os
falsos argumentos por parte dos patrões que sentam à mesa para negociar a
Convenção Coletiva de Trabalho. Após 5 meses de negociações, não haverá acordo
para fechar a Convenção Coletiva de Trabalho 2012, por causa de 1 real. Os
termos para chegar a bom termo estão prontos, porém, os patrões se negam a
conceder o vale-alimentação no valor de 5 reais (valor mínimo de uma refeição
em Fortaleza), permanecendo com a proposta de 4 reais para o referido vale.
Os argumentos para não incluir o vale alimentação com valor
superior a 4 reais é que aumentará os custos em demasia, podendo levar as
empresas, principalmente as pequenas, a bancarrota. Ocorre que a maioria destas empresas já
concedem, informalmente, um valor igual, ou superior a 5 reais.
São por estes motivos que o Sintigrace está convocando os
gráficos do setor convencional e do setor de jornal e revistas, a paralisarem as
atividades. Neste domingo, 6 de maio, os gráficos de jornais e revistas
realizam assembleia para definir o início do movimento paredista. A partir do
dia 7 de maio, será a vez dos gráficos do setor convencional definirem a
estratégia de paralisação.
*Rogério Andrade é presidente do Sintigrace.
1 comentários:
A vida de gráfico não é fácil. De outros amigos do ramo também não, sejamos realistas. Eu aqui no Rio de Janeiro há 15 anos no ramo encontro minhas dificuldades. Conversando com muitos amigos também de outros estados percebi que vivenciamos os mesmos problemas. Um deles que pesa bem na empresa são os custos de manutenção e aquisição de produtos. Por isso criamos para os gráficos um site de cotação online de peças, insumos, suprimentos e máquinas gráficas. Os gráficos podem usar gratuitamente e de forma ilimitada. Conheça em Peças Insumos Suprimentos e Máquinas Online.
Amigos desejo sucesso a todos. Abraço, Guilherme
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