22 de jan. de 2010

ASSEMBLÉIA DO SETOR GRÁFICO CONVENCIONAL

Patrões endurecem no diálogo e negociação chega a 7ª rodada

Já aconteceram 6 rodadas de negociação do setor gráfico convencional de novembro de 2009 até agora e o diálogo com os patrões parece não avançar.


Os patrões negaram todas as cláusulas novas e alteradas propostas pelos trabalhadores, ainda não aprovaram o direito ao vale-alimentação e só aceitam ceder 3,6% de reajuste salarial que não cobrem o índice atual de inflação 4,11%.

Outro grave problema na proposta patronal é a tentativa de retirar o sábado livre, e o trabalhador deixará de ter direito a folga ou o pagamento da hora extra.

Desta forma a categoria precisa estar atenta e acompanhar passo a passo todo o processo de negociação.

Para mantê-la informada o SINTIGRACE convoca as companheiras e os companheiros gráficos a comparecerem a assembléia do setor gráfico convencional. Participe e traga sugestões!

NÃO FALTE, A CAMPANHA SALARIAL 2010 É A GARANTIA DE MELHORIAS SALARIAIS E DA RELAÇÃO DE TRABALHO DE CADA UM DE NÓS!
 
PARA AGENDAR
ASSEMBLÉIA DO SETOR GRÁFICO CONVENCIONAL

23/01/10 (SÁBADO)
14h
Local: SINTIGRACE - Rua Floriano Peixoto 2157, José Bonifácio

21 de jan. de 2010

4ª Rodada de Negociação do setor gráfico de Jornais

Patrões recuam e retiram “bode da sala”.


Na 4ª rodada de negociação com os patrões do setor gráfico de jornais e revistas, o SINDJORNAIS mudou de postura na mesa de negociação. Capitaneados pelo presidente Mauro Sales e com a ausência do assessor sindical patronal, Ramon Esteves, os patrões recuaram da tentativa de retirada e modificações das cláusulas da CCT em vigor.
A proposta patronal agora é: aprovação da Convenção Coletiva de Trabalho em vigor e reajustar pisos e demais salários com o índice da inflação anual medida pelo INPC-IBGE, que é de 4,11%.
Com relação a CCT de 2009, os patrões propuseram a retirada do processo de dissídio coletivo da justiça do trabalho e a aprovação da CCT em vigor com reajuste para pisos e demais salários de 2009 em 6,50%. Para finalizar a proposta prevê uma negociação entre as partes, ao longo do ano, para discutir as prioridades das categorias dos trabalhadores e dos patrões.
A comissão de negociação do SINTIGRACE através de seu dirigente Rogério Andrade informou na oportunidade, que o fato da representação patronal iniciar um diálogo civilizado, com a desistência em atacar nossas cláusulas é muito importante para a categoria. Andrade também destacou que a respeito a CCT em vigor é um quesito mínimo para o respeito na relação de empregado e empregador, e que portanto os patrões não estão acrescentando nada a mais na convenção, mas devolvendo o que já pertence ao trabalhador.
A direção do SINTIGRACE irá consultar a categoria sobre a proposta patronal, na ocasião ficou acertado que o sindicato terá acesso às oficinas gráficas dos jornais para realizar a consulta aos trabalhadores.
No próximo dia 25 de janeiro, acontecerá nova rodada de negociação na SRTE ( Superintendência Regional do Trabalho e Emprego ). Será a 5ª vez que patrões e e trabalhadores tentam chegar a um acordo.

PARA AGENDAR
Dia 25 de janeiro - 5ª rodada de negociação com o SINDJORNAIS- 8h30min - na SRTE

18 de jan. de 2010

CLT base para negociação entre trabalhadores e patrões


Ao longo das últimas décadas a sociedade vem experimentando grandes transformações. O modelo de desenvolvimento baseado em maior abertura econômica e retirada de direitos, ficou mais conhecido como “flexibilização” trazendo série de desafios para a classe trabalhadora. E para mediar estes conflitos as negociações assumem um papel importantíssimo.


Num processo de negociação os agentes envolvidos apresentam seus motivos, argumentam, contra-argumentam, fazem concessões, exigem algum tipo de reciprocidade. O importante a destacar, nesses casos, é que os atores tiveram que explicitar seus interesses ou pontos de vista em relação a determinados assuntos. E que de alguma forma, tiveram que negociá-los com as pessoas diretamente envolvidas ou das quais dependem indiretamente.

A negociação, portanto é o recurso utilizado pelos atores para se atingir determinados objetivos, sendo caracterizada pela busca de entendimento entre as partes a respeito de determinada questão.

Uma marca preponderante das negociações no Brasil é seu caráter legalista. Não se negocia nada. Ficamos restritos ao que determina a lei. E a prova maior disso está no conteúdo das Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs) onde na sua grande maioria encontramos muito poucos avanços. E a maioria das cláusulas copia o que reza a lei, ao passo que a CCT deveria estabelecer relações de confiança, conciliar e satisfazer os diferentes interesses das duas partes.

O conceito dominante na mente patronal é que a lei é o teto, o seu limite máximo, revelando um contra-senso. A lei tem que ser cumprida e não faz sentido que seja negociado algo igual ou abaixo dela.

A consolidação das leis do trabalho (CLT) tem que ser encarada como um piso, um patamar mínimo de onde se deveria partir para negociar condições de trabalho e remuneração acima dos direitos já estabelecidos.

Negociar é compor, é fortalecer, é apaziguar relações e não criar formas de tornar as relações de trabalho mais injustas. Ficamos envergonhados ao ver que nosso país é injusto. Mas é só pensar em fazer qualquer medida efetiva de combate às desigualdades, principalmente no que toca a relações de trabalho, que as reações patronais são as mais fortes no sentido de manter as condições de trabalho e de vida, tão injustas como antes.

E como forma de manutenção do atual estado das artes, temos toda sorte de práticas anti-sindicais e abuso do poder de demitir pessoas. Além de terem como forte aliado o código de leis, como forma de não permitir avanços na sociedade.

Nessa realidade de trabalhista que vivemos, a liberdade sindical se faz absolutamente necessária para termos um processo de negociação mais justo e com melhores retornos para esta categoria.Trabalhador gráfico fortaleça seu sindicato!

Reginaldo Aguiar – Economista do DIEESE